Dois dias depois de
Israel ter boicotado uma reunião do Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas destinada a avaliar o impacto da sua polÃtica nos
territórios ocupados, a ONU condenou os colonatos israelitas, afirmando
que essa prática é um atentado “de diversas formas” aos direitos humanos
da população palestina.
Christine Chanet, presidente da comissão internacional encarregada da avaliação, as violações por parte de Israel “caracterizam-se principalmente pela negação do direito de autodeterminadação e pela discriminação sistemática contra o povo palestino, algo que ocorre diariamente”.
A presidente da comissão disse que “em cumprimento do Artigo 49º da IV Convenção de Genebra (relativa à Protecção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra, de 1949), Israel deve pôr fim a todas as actividades do programa de colonatos sem condições prévias”. Christine Chanet fez esta declaração ao apresentar as primeiras conclusões do grupo. O documento divulgado informa que desde 1967 os sucessivos governos israelitas “têm dirigido abertamente, têm participado e têm tido um controlo pleno sobre a planificação, construção, desenvolvimento, consolidação e promoção dos colonatos”.
No texto, lê-se ainda que os colonatos foram criados “para o benefÃcio exclusivo dos judeus israelitas”, sendo mantidos “através de um sistema de segregação total entre os colonos e o resto da população dos territórios ocupados, apoiada e facilitada por um controlo militar legal, em detrimento dos direitos dos palestinos”.
Unity Dow, jurista africana, membro da comissão internacional, afirmou que “a motivação que existe por trás da violência e da intimidação contra os palestinos tem como objectivo forçar as populações locais a abandonarem as suas terras, permitindo a expansão dos colonatos”.
As conclusões finais da comissão, que não recebeu permissão de Israel para visitar os colonatos, vão ser apresentadas na próxima sessão plenária do Conselho de Direitos Humanos, que decorre entre 25 de Fevereiro e 22 de Março.
A reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na qual Israel se recusou a participar por recear crÃticas contra a expansão dos colonatos, é parte do processo de Revisão Periódica Universal imposto a todos os 47 paÃses membros. A última reunião que contou com a participação de Israel foi em 2008.
Após
o recente reconhecimento da Palestina como Estado pela ONU, Israel
anunciou a construção de três mil novas casas nos colonatos em Jerusalém
Oriental e na Cisjordânia, e prevê ainda construir numa área conhecida
como E1, que liga Jerusalém ao grande colonato de Ma\'ale Adumim.
fonte:http://jornaldeangola.sapo.ao/
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