“O assédio moral pode
ser considerado uma violência psicológica contra o empregado”. Expor o funcionário a
situações humilhantes; exigir dele metas intangíveis; delegar cada vez
menos tarefas alegando incapacidade do trabalhador; negar folgas e
emendas de feriado quando outros empregados são dispensados; agir com
rigor excessivo e reclamar dos problemas de saúde do funcionário são
alguns exemplos que configuram o assédio moral.
São atitudes que, repetidas com frequência, tornam insustentável a
permanência do funcionário no emprego, causando danos morais e à saúde
do assediado. Porém, tão antigo quanto o trabalho, o assédio moral não é
um fenómeno novo. “As relações trabalhistas sempre foram marcadas por
casos de humilhação e abuso”. “A discussão que
existe actualmente tem o objectivo de proteger legalmente o trabalhador”.
Os dados apontam a necessidade de tal legislação. Segundo a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), o problema é mundial e
atinge mais de 12 milhões de trabalhadores na Europa. “Os distúrbios
mentais relacionados com as condições de trabalho são hoje considerados
um dos males da modernidade”, diz a advogada. Algumas das novas
políticas de gestão exigem que as pessoas assumam multifunções, tenham
jornadas prolongadas, entre outros abusos. Não aceitar tais condições é
correr o risco de ser demitido já que nunca faltam substitutos.
Tudo o que foge às normas do contrato é
um abuso com o trabalhador”. Ela apenas ressalta a importância de
diferenciar acontecimentos comuns nas relações de trabalho (como uma
bronca eventual do chefe, ou mesmo a necessidade de se trabalhar além do
horário algumas vezes) das situações que caracterizam assédio moral.
“Se constantemente a pessoa sofre humilhações ou é explorada, aí sim
temos assédio moral”, diz. “É preciso bom senso para diferenciar”.
Perfil do agressor:
De acordo com o site Assédio Moral, um dos principais meios de divulgação da causa, a violência é geralmente exercida pelas pessoas “inseguras, autoritárias e narcisistas”.
Além dos superiores hierárquicos, é comum os pares terem atitudes de humilhar seus colegas. Por medo, algumas pessoas repetem a atitude do chefe, humilham aquele que é humilhado ou ficam em silêncio quando vêm uma situação dessas. Mas os executivos também sofrem pressão. A cada ano eles têm que atingir metas mais ousadas em menos tempo e acabam transmitindo essa angústia para os demais. O problema é estrutural nas empresas.
Para a advogada, uma das principais causas do assédio é o desejo do empregador em demitir o funcionário. “Para não arcar com as despesas trabalhistas, o empregador cria um ambiente insuportável e assim o funcionário acaba pedindo demissão”, alerta ela.
Perfil do agredido:
Entre as pessoas que mais
sofrem humilhações estão aquelas que adoecem por consequência do
trabalho; as que têm mais de 35 anos e são consideradas velhas em alguns
ambientes; as que têm salários altos, porque podem ser substituídas a
qualquer momento por um trabalhador que ganhe menos; e os representantes
de associações e sindicatos.
Fonte: http://poupaclique.ig.com.br
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