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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O valor da vida - Uma Reflexão!


Paulo estava internado em um hospital particular, por ter tentado pela terceira vez dar cabo da própria vida. Ninguém conseguia convencê-lo, que poderia resolver todos os seus problemas, se tivesse morrido. Por mais que as pessoas o encorajassem a viver, nada surtia o efeito desejado.
De repente um médico entrou em seu quarto, para verificar os cortes que havia feito nos pulsos e tirar a pressão arterial. O que o diferenciava dos outros médicos foi a utilização de uma muleta. O doutor não tinha uma das pernas. Aquilo chamou a atenção de Paulo.
Bom dia! Como estamos hoje? – disse o doutor olhando os pulsos do paciente.
Péssimo! Eu queria estar morto! Por que não me deixaram morrer!
Não posso deixá-lo morrer!
Deveria! Assim poderia dar mais sossego a todos. – disse Paulo cheio de razão.
Primeiro eu não posso deixá-lo morrer, porque fiz um juramento! Minha obrigação é fazer de tudo para salvar um paciente... Hum! Parece que irá cicatrizar rapidamente estes ferimentos.
Estou cheio de dívidas e desempregado.
E com plena saúde! – disse o doutor, depois de ter tirado a pressão arterial.
Não tente me convencer que viver é uma solução!
Não estou aqui para convencer ninguém! Estou aqui para fazer o meu trabalho!
Tô sabendo doutor! Só porque está de muletas, está tentando me convencer a não tentar novamente!
Eu não estou de muletas por sua causa, além do mais senhor... – disse ele olhando o prontuário médico do paciente – Paulo... Pelo que eu vejo o senhor gosta de franqueza, não é?
Gosto! Gosto muito que as pessoas sejam fancas comigo! Até agora só vi gente babaca tentando me enrolar! Não sabe eles, que a salvação de todos está na minha morte.
Então eu vou ser franco contigo!... Você é o cara mais egoísta e covarde que já vi na minha vida!

Como egoísta e covarde?
Você enche o peito dizendo que irá resolver todos os problemas econômicos de sua família com a sua morte!
Claro que sim!
Aquela linda esposa, com duas crianças pequenas no hall do hospital são a sua esposa e filhos?
Sim! São neles que eu estou pensando!
Não, você está pensando em si mesmo, fugindo da situação!... Sua dívida não morrerá com você e sim será transferida para eles. Belo marido! Belo pai, você é! O que aquelas crianças, quando crescerem irão pensar? A vergonha fará parte de toda vida delas: egoísmo... E o que me diz da sua esposa, que precisava de seu apoio na hora que ela mais necessitava:covardia!
Paulo ficou assustado com a reação doutor e não falou mais nada.
Você é um homem de sorte, sabe por que? Deus foi caridoso contigo e te deu três chances de viver ao lado de sua família... Bem, era isso o que eu tinha para dizer. – falou o médico saindo do quarto, apoiando-se na bengala.
Paulo passou aquela noite no hospital pensando muito no que o médico havia dito e no dia seguinte, quando a enfermeira veio trazer-lhe os remédios, ela foi categórica.
Você conheceu o doutor Douglas? – disse ela suspirando de tristeza – Ele perdeu a família toda em um acidente de carro... Ele se salvou, porque ele perdeu a pena, quando foi arremessado do veículo, no impacto com um caminhão que vinha pela contramão.
Paulo voltou para casa e nunca mais pensou em se matar.

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